29 fevereiro 2012

Eles e Elas-Novembro 2006-Saber Amar

“Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada.

S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo.

E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente, preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade.

Mas, subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e calor.

Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso.”

Decidi começar esta crónica com a lenda do santo padroeiro do local na terra mais especial para mim: S. Martinho do Porto.

Terra, que se não existisse, talvez eu não existisse também, pois foi onde os meus pais se conheceram, apaixonaram, namoraram, e passaram bons momentos, primeiro só os dois e depois comigo e com o meu irmão.

A minha mãe sempre me contou com um brilho nos olhos as recordações que S. Martinho lhe trazia.

A principal foi quando foi eleita Miss S. Martinho. Das melhores recordações do meu pai, que eu pude presenciar, foram as vitórias todos os anos nos torneios de ténis de S. Martinho.

Decidi dedicar esta crónica aos meus pais, a S. Martinho, um brinde a todas as nossas recordações juntos. Um brinde ao Amor. Amor de Pais.

O que se ama muito permanece, o que se ama muito é a nossa verdadeira herança. E os meus pais sempre me ensinaram que para quem sabe amar bem nada é impossível.

O fim do Verão, como já tinha referido na minha crónica de há um ano para cá deixa-me sempre assim. É como se fizesse um balanço do ano. Acho que vivo como uma empresa normal, que também faz o seu balanço nesta altura.

Não podia acabar esta crónica sem agradecer a todos aqueles que me deram força, aos meus amigos de quem falei aqui, aos que não falei, mas que sabem que também são especiais, à minha família que está sempre lá.

Ao meu marido que mais uma vez provou ser o meu porto seguro, a minha estrutura, o meu anjo na terra, ao meu irmão que agora também é filho e a quem quero dizer que vai tudo correr bem e às minhas filhas que são a minha vida e a quem quero transmitir, ensinar e proporcionar tudo aquilo que os meus pais também me transmitiram, ensinaram e proporcionaram.

A todos na terra e no céu, obrigada.

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