21 maio 2012

"Socorro sou Mãe" de Rita Ferro


SOCORRO SOU MÃE....

O que é que eu posso dizer deste livro e da sua autora? Tanta coisa...

É cumplicidade a mais e sou suspeita demais para dizer o que quer que seja sem parecer tendenciosa.

Aliás basta lerem algumas das crónicas que deixo aqui no meu blog para perceberem que falo muitas vezes da Rita Ferro.

É das minhas melhores amigas, foi minha madrinha de casamento e é a minha maninha. Pronto, melhor introdução e mais resumida não posso fazer.

Há uns tempos a Rita disse-me que ia escrever um livro.

Sempre falámos de fazer todos os projectos e mais alguns, acho que já viajámos pelo mundo com ideias para fazermos juntas, sozinhas, eu sei lá.

Achei a ideia da Rita escrever um livro maravilhosa! Ainda por cima sobre um tema tão especial. O mundo das mães.

Convidou-me para escrever um texto sobre um qualquer tema à minha escolha sobre a minha experiência na maternidade. Deixo-vos aqui o texto que escrevi e que consta no livro “Socorro sou Mãe” da Rita Ferro:

"As Visitas

Já fui mãe 3 vezes e não me posso queixar de nenhuma das gravidezes, nem de nenhum dos partos, nem de nenhuma das minhas filhas ter sido ou ser um bebe ou uma criança complicada. Foram e são 3 experiências fabulosas e as minhas 3 razões de viver.

Há no entanto um pormenor( não lhe vou chamar problema porque só o seria se não o tivesse resolvido logo) no meio desta “chuva” de felicidade que nos invade quando temos um bebe...as visitas.

Quando tive a minha primeira filha, a Mónica, não sei porquê(devo ter tido um pressentimento porque ninguém me avisou deste pequeno pormenor com que somos brindados ao termos um bebe), comecei a avisar toda a gente que não queria que ninguém fosse ao hospital, nem antes, nem depois da minha filha nascer.

Queria mesmo que aquele fosse um momento meu e do meu marido. Queria viver todas as emoções sem estar preocupada com nada nem com ninguém.

E parecia que estava a adivinhar...ninguém respeitou o meu pedido e poucas horas depois da Mónica ter nascido eu tinha o quarto cheio de visitas!!Todos a falarem ao mesmo tempo, a fazerem perguntas, a darem palpites, a quererem pegar nela, tirar fotografias, os telemóveis a tocar.

Confesso que tive que aguentar muito para não desatar aos gritos a dizer: FORA DAQUI!!!

Lembro-me que quando achei que a ultima visita se tinha ido embora e que finalmente ia ter sossego, de ouvir baterem à porta do quarto, só tive tempo de dizer ao meu marido: diz que estou a dormir para se irem embora e virei-me para o lado a fingir que estava a dormir.

Vim sempre para casa no dia a seguir a cada uma das minhas filhas nascer e no caso da Mónica, disse ao meu marido para avisar toda a gente que não sabíamos a que horas saiamos por isso que se viessem visitar-nos corriam o risco de já não estarmos lá.

Pelo sim pelo não avisei a recepção do hospital que proibia as visitas!

Achei que ao chegarmos a casa iam respeitar o meu pedido, a dizer que queria descansar e gozar os primeiros dias da minha filha, para deixarem passar um tempo e depois podiam-nos visitar à vontade.

Desde que ela nasceu que não atendia telefonemas já para evitar qualquer pedido de visita, mesmo assim, nos primeiros dias em casa, a campainha não parava.

Primeiro optei por não atender, o que acabou por ser pior porque a insistência no toque sabendo que estávamos em casa acordava a Mónica a toda a hora.

Num acesso de fúria arranquei a campainha e informei as pessoas que a mesma se tinha avariado, por isso para irem lá a casa tinham que ligar primeiro.

Foi assim que tive sossego depois do nascimento da minha Móniquinha.

Quando foi o nascimento da Vera optei por não dizer nada a ninguém e proibi o meu marido de o fazer também. Só dissemos que ela tinha nascido a poucas horas de sairmos do hospital para irmos para casa.

Em casa disse que ia tirar o som da campainha para evitar que a publicidade ou os correios acordassem a Vera. Qual quê! A publicidade e os correios ao pé das visitas não eram nada! Foi um bocadinho mais pacifico.

No nascimento da Joana e talvez pela idade nos trazer mais serenidade para enfrentar e assumir o que queremos e não queremos, optei por dizer a verdade nua e crua à família e aos amigos: ODEIO VISITAS!PROIBO-VOS DE NOS VISITAREM OU NUNCA MAIS VOS FALO!!!

Não deu resultado...No hospital, algumas pessoas não respeitarem o meu pedido e aproveitando-se da minha “fragilidade” foram na mesma.

Se não atendia o telemóvel ligavam para o quarto insistentemente ou apareciam mesmo no hospital sem avisar.

Percebi que a minha frontalidade não era levada a sério e optei por pegar na família e ir de férias mais cedo.

Mesmo assim houve visitas que se deslocaram ao nosso local de férias de propósito...a descontracção de ser a terceira filha fez com que este pormenor não fosse tão dramático como na primeira.

Ainda não pensei num plano para se tiver um quarto filho.

Mas deixo aqui a minha mensagem às mães pela primeira vez: AFASTEM-SE DESSA PRAGA!!TENHAM OS FILHOS EM HOSPITAIS ALTAMENTE PROTEGIDOS CONTRA VISITAS E VÃO PARA CASAS COFRE!

As visitas podem esperar, agora os primeiros segundos, minutos horas e dias com os nossos filhos não esperam, nem voltam atrás. São para aproveitar como se não existisse mais nada no mundo."

Marta Aragão Pinto - Abril 2011

Depois do livro veio o blog da Rita, vieram os textos, as fotos, as partilhas que eu vou sempre seguindo com muita atenção e orgulho.

A complexidade de se ser mãe é de uma imensidão sem ter fim. E só nós nos compreendemos umas às outras...

A Rita é como muitas de nós mães.

Consegue fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo. E conseguiu escrever este livro, que tinha como primeiro objectivo ajudar a irmã que ia ser mãe pela primeira vez, mas que de certeza tem ajudado também muitas mães de primeira viagem.

Eu que fui mãe três vezes antes de ler este livro, adorei lê-lo, como adoro seguir o blog da Rita, porque me identifico com muitas histórias e testemunhos que leio.

E como diz o anúncio que agora podemos ver na televisão:É a profissão mais difícil do mundo mas também a melhor.Ser Mãe!



E neste mundo dos blogs mais uma vez termino como tenho feito sempre:

É sempre bom partilharmos seja o que fôr, porque há sempre alguém nalguma parte do mundo que precisa de ler aquilo exactamente naquele momento.

E assim se toca na vida das outras pessoas.

E assim vamos deixando a nossa marca.

1 comentário:

  1. Que amor!! Adorei! Sim, maninhas forever!!!
    O teu também já está no meu e depois quero fazer post!
    ADORO-TE!!!!

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